quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Produção Cultural

PLANO NACIONAL DE CULTURA
Semana passada houve um seminário em São Paulo a fim de discutir o Plano Nacional de Cultura. Nele, estava presente o presidente da Funarte, Sergio Mamberti, que fez a abertura do evento.

CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS
Segundo Mamberti, a cultura pode representar até 8% do PIB, portanto, devemos investir, o quanto antes, em produções culturais.
Achei a idéia fantástica, pois desde que eu terminei a faculdade, eu procuro cursos de produção/ marketing cultural EM SÃO PAULO e não encontro! Dizem por aí que São Paulo é a cidade multicultural, onde há diversas opções de lazer, mas não há cursos que capacitem profissionais para a área!
Quando eu participei do Fórum ABA de Marketing Cultural, em julho, fiquei sabendo que no Rio de Janeiro há diversos cursos de pós em produção cultural. E, pelo que eu conversei com profissionais da área, é no Rio que os artistas mais ganham dinheiro. Totalmente compreensível!
Realmente, São Paulo tem uma agenda cultural completa, mas são raras as produções que têm lucro. Por que? Provavelmente a justificativa vem da ausência de produtores capacitados, assim, são os atores ou diretores que produzem, ou seja, os produtores são mais artistas do que administradores, o que vai acarretar em uma obra deslumbrante, mas com pouco – ou talvez nenhum – retorno financeiro.

VALOR CULTURAL
Mamberti também comentou sobre o financiamento da cultura, tocando no assunto das meia-entradas, dizendo que desde 2001 há uma total ausência do controle das carteirinhas.
Olha, na minha opinião, acontece o seguinte:

Sr. Esmeraldo, papai da fã do High School Musical pensa: “Nossa! Como minha filha pede dinheiro pra ir ao cinema (cinema, sei...)! Está tudo muito caro! Vou pedir para meu amigo-político fazer uma lei para os estudantes pagarem meia-entrada!”

Aí o amigo faz a lei, só que o brasileiro, com aquele seu jeitinho, começou a falsificar carteirinha a torto e a direita.

Foi aí que a crise chegou aos bolsos dos artistas muito antes de atingir a Wall Street: o retorno financeiro esperado caiu pela metade, então a solução encontrada foi qual? Aumentar o valor dos ingressos!

Bom, no final das contas, até o Sr. Esmeraldo, que não entra na sala de aula nem para a reunião de pais, tava pagando meia-entrada.

E AGORA?
É aí que entra o financiamento!

Eu acho que os artistas e Cia não deveriam depender da bilheteria para se sustentar. Por isso eu sou super a favor do marketing cultural, pois essa estratégia vai beneficiar tanto os artistas quanto a sociedade e mundo corporativo. Eu ainda não entendo por quê os marketeiros não investem em cultura! Quero dizer, até entendo... A resposta está no começo desse post: ausência de produtores culturais capacitados, o que acarreta na falta de informação às empresas.

Infos sobre o Seminário: http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=8&id_noticia=264205

Por Thais Polimeni

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