Cortinas se abrem e começa a tocar uma música... O “Andaime” não poderia ter uma trilha sonora mais apropriada: “Construção”, de Chico Buarque, em uma versão “forrozeada”. A densidade da letra com a descontração do ritmo, bem de acordo com o espírito da peça, retrata de forma leve e bem humorada uma realidade nem tão engraçada assim.
A história é bem singela: dois limpadores de janela, Mário e Claudionor, filosofam e jogam conversa fora do alto do andaime de um grande edifício. Falam sobre a vida, sobre sonhos esquisitos, sobre os funcionários do escritório do outro lado do vidro, sobre robôs que podem roubar-lhes o emprego... A ingenuidade de seus pensamentos nos faz rir, mas soma-se um incômodo aos vê-los isolados no tempo e no espaço, lá no alto, sem serem notados. Mas entre exercícios físicos, cigarros e muita conversa, os personagens desabafam e despejam seus rancores de forma muitíssimo engraçada.
Cenários e figurinos são simples, bem como o próprio roteiro... Simples, porém, bem-feitos. O espetáculo todo se passa do alto do andaime, o que, se não fosse o ótimo texto, poderia causar algum tédio nos espectadores. Cláudio Fontana e Elias Andreato estão impecáveis em suas atuações. Não tem como não simpatizar com aqueles seres “pendurados”. Antes de fechar as cortinas, mais uma vez a música: agora na versão do próprio Chico... Vale a pena conferir a temporada popular!
Andaime
Teatro João Caetano: Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino. (Próximo à estação Santa Cruz do metrô)
Telefones: 5573-3774 e 5549-1744.
De 24 de janeiro a 22 de fevereiro.
Sex. e Sáb., às 21h. Dom, 19h.
R$15,00
Resenha gentilmente cedida por Patricia Caparrotti Dib, leitora e colaboradora do CultCultura
Um comentário:
Ótima Dia Thatá, já está anotado!!!
bjs
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