sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Verônica

Bom, já que eu usei um post inteiro pra falar sobre o que eu acho de pré-estreias, agora vou falar sobre o filme que eu vi ontem.

"Verônica" é protagonizado por Andréa Beltrão e Matheus Sá, que interpretam uma professora da rede pública e um menino de 8 anos que tem os pais assassinados pelo tráfico de drogas, respectivamente (óbvio).

Eu fiquei impressionada com o talento da Andréa Beltrão. Até então, eu me lembrava dela pela personagem "Marilda", dA Grande Família. Quando eu a vi na pele de "Verônica", me surpreendi com a verdade que ela nos transmite e com a intensidade da personagem. Uau! Só por ela, já vale a pena assistir ao filme!

O Matheus Sá, hoje, tem 11 anos, mas o filme foi feito quando ele tinha 9. É incrível como as crianças têm facilidade para interpretar. O Matheus, que vive o personagem "Leandro" no filme, passa uma pureza e uma leveza que nos faz ficar em dúvida se ele nasceu Matheus ou Leandro. Ele e a Andréa tinham uma sintonia que me fez arrepiar, de tão real que era.

Antes de iniciar o filme, o diretor - Maurício Farias - foi à frente da sala, se apresentou, chamou o pessoal do elenco e apoiadores e disse que o filme, devido à verba pequena, praticamente foi feito graças a gentilezas e favores da equipe.

Só o fato de ele ter se apresentado, eu achei de uma humildade tão grande que eu já passei a admirá-lo. Ele bem poderia começar a agradecer lá na frente e nem se apresentar, achando que todos o conhecessem, igual àquelas pessoas que adoram usar o famoso repugnante "Você sabe com que está falando?".

Eu não conheço muito a área de direção, então minha avaliação quanto ao papel do diretor é meramente como espectadora, nada mais. E, como espectadora, meu objetivo é me entreter. Quando o filme não consegue prender minha atenção é porque alguma coisa está errada. Se o roteiro, a arte e os atores são bons, então talvez o diretor tenha errado a mão em algum aspecto.

Não foi o caso do Maurício Farias. O filme foi redondinho. Na verdade, teve uma parte (de uns 2 segundos, no máximo), que eu divaguei um pouco, provavelmente em alguma cena um pouco prolongada de perseguição. Mas isso foi insignicante, porque o que me marcou foram os sentimentos pelos quais eu passei durante os 90 minutos de "Verônica": eu senti medo, ri, me emocionei e filosofei. Eu não saí do mesmo tamanho que eu entrei. Não, eu nao estou falando das calorias a mais das pipocas e do refrigerante, estou dizendo que o filme me fez refletir sobre a influência do professor na formação da criança, sobre a situação da educação no Brasil, sobre as mudanças de rumo que às vezes a vida nos obriga a fazer e também sobre assuntos mais leves, como a importância do elenco de apoio, por exemplo.

Além do filme, a equipe ainda criou uma estratégia incrível. No site http://www.veronicaofilme.com.br/ há diversos links interessantíssimos. Merece destaque o "Material para professores", com orientações do professor Renan (ele foi meu professor no cursinho, diga-se de passagem. Aliás, foi com ele que eu aprendi a gostar de História!) para utilização do filme em sala de aula, download do "Caderno de Atividades" e "Caderno do Cinema" e uma entrevista com Andréa Beltrão.

O filme é louvável e o profissionalismo de todos é admirável. Parabenizo toda equipe pela idéia, pelo comprometimento e por acreditarem nos seus sonhos. Vocês são exemplos. São a referência da qual o Brasil precisa.

Por Thais Polimeni

2 comentários:

Diogo Y Silva disse...

Sinopse melhor não há!

Vou precisar rever o filme para estar à altura deste post.

Linuxdesk disse...

Vou ver agora!

bjs