segunda-feira, 13 de julho de 2009

Transformers: A Vingança dos Derrotados

Quem conhece os filmes de Michael Bay sabe no que ele é bom. E no que é péssimo. O diretor de Armageddon, Bad Boys e do primeiro Transformers adora tomadas externas, cenas de ação e pancadaria. Adora, também, não levar em conta nenhuma “regra” cinematográfica e, na maioria das vezes, quebra a cara.

“Transformers: A Vingança dos Derrotados” é o típico filme de Michael Bay: muitas cenas de ação, romance meloso, patriotismo exacerbado, efeitos especiais e pirotecnia que faz inveja à virada de ano em Copacabana. É um bom filme de ação, que agrada os aficionados pelos bonecos que fizeram fama décadas atrás e o público que gosta de filmes do gênero. Mas só.
Na trama os Decepticons, derrotados pelos Autobots, grupo liderado por Optimus Prime, realizam um novo plano para dominar a Terra e extinguir a raça humana. O exército de Optimus havia firmado uma aliança com os humanos, para barrar qualquer tentativa de domínio dos Decepticons. Desta vez, o plano elaborado é muito mais complexo e auspicioso do que o anterior, tornando a aliança entre homens e Autobots mais sólida e importante.

No centro dessa guerra está novamente Sam (Shia LaBeouf) que, em contato com um pedaço do “Cubo” — fragmento de uma “peça” importante da trama — se vê com uma inteligência sobrenatural e que guiará, por meio de pistas, ele e o exército do “bem” à vitória. E claro, junto dele está a Mikalea (a belíssima Megan Fox, mais bela do que talentosa neste filme), os pais do rapaz que não desgrudam jamais e toneladas e mais toneladas de metal.

Maravilha. Até então tudo normal. Mas por que o filme se perde? Primeiro pelo excesso de robôs. Ironicamente, o que seria o ponto forte do longa, transforma-se em seu Calcanhar de Aquiles. Há um excesso, um abuso visual e auditivo nas inúmeras batalhas entre os robôs. Além disso, os clichês de câmera nas cenas entre o par romântico, aquele tom de fim de guerra com a música melodramática, o pôr do sol maravilhoso misturado ao olhar de última batalha dos soldados e outros tantos elementos batidos fazem com que o filme caia na pieguice de sempre de Michael Bay.

A previsibilidade é outro ponto fraco da megaprodução. Por mais que haja a intenção de se fazer um enredo que envolva decifrar pistas, tudo é muito previsível. Por fim, aos olhos mais atentos fica o desafio de encontrar os erros de continuação entre as cenas...

Mas afinal, para quê ver “Transformers: A Vingança dos Derrotados”? Obviamente, pelo trabalho de computação gráfica. Mesmo que exagerado, é impressionante observar a transformação dos robôs e as lutas entre eles. Não consigo imaginar a trabalheira que é fazer algo do tipo. Vale apenas gastar as quase 2h30 que duram o filme para ver os efeitos especiais. É possível ressaltar também como ponto importante do filme a atuação de Shia Labeouf que é, na verdade, o grande “protagonista humano”, digamos assim, do filme.

Entre erros e acertos, o Blockbuster em questão é um filme bom para distrair. O grande trunfo da série que já possui duas partes é justamente o próprio projeto, já que anos atrás seria impensável a sua aceitação pelos grandes estúdios. Mas aconteceu. Michael Bay talvez seja melhor negociante do que cineasta. Mas o fato é que seu trabalho faz parte da história cinematográfica, com seus erros e acertos. Dos Bad Boys aos robôs, o diretor faz o que sabe: explodir coisas, botar gente pra correr, trabalhar com grandes locações e errar sempre nas mesmas coisas.

Por Leonardo Cássio

Um comentário:

Márcio Moreira disse...

Não perderei meu tempo. Ótimo texto Leonardo.